A partir hoje, dia 19 de janeiro, o Memorial às Vítimas do Holocausto, Localizado no Parque Yitzhak Rabin, no Mirante do Pasmado, em Botafogo, está aberto para a visitação do público carioca. O projeto tem o objetivo de preservar e tornar conhecidas as histórias das vítimas da perseguição e do genocídio empreendido pelo nazismo que atingiu judeus, ciganos, negros, pessoas com deficiência física e mental, comunidade LGBTQIA+, Testemunhas de Jeová e maçons.
O novo espaço cultural do Rio de Janeiro, que tem a Multiplan como principal apoiadora, é uma realização da Associação Cultural Memorial do Holocausto, em parceria com a Prefeitura do Rio. A implantação museográfica e concepção curatorial ficou sob responsabilidade do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG). Além da exposição, o espaço também permite uma vista de 360 graus onde é possível ver o Pão de Açúcar, a Enseada de Botafogo e o Cristo Redentor.
O Holocausto é considerado um dos maiores genocídios da história, impactou o mundo e originou fluxos migratórios para todos os continentes. As principais capitais do mundo têm museus, espaços ou memoriais dedicados ao tema como forma de lembrar as vítimas e ser um permanente alerta para a humanidade. No Brasil, o Rio de Janeiro é uma das cidades que recebeu boa parte dos imigrantes refugiados dessa perseguição.
O marco inicial do projeto aconteceu em dezembro de 2020, quando o obelisco de cerca de 20 metros de altura, foi inaugurado no Mirante do Pasmado. O símbolo é uma criação do arquiteto André Orioli, que venceu um concurso promovido pela Prefeitura do Rio em parceria com o Instituto dos Arquitetos do Brasil, em 1998.
A escultura tem um vazio onde aparece o mandamento bíblico “Não Matarás”, ressaltando a sua essência. Esse vazio também pode ser interpretado pela ausência em suas múltiplas versões: ausência de tolerância, respeito, liberdade, justiça, de uma pessoa, de uma cultura.
Dois anos depois, em dezembro 2022, o local ganhou mais uma parte para ser visitada, o museu onde contam-se histórias reais de perseguição, dor e superação. Localizado no subsolo da praça, a exposição apresenta aos visitantes memórias e relatos de vítimas e sobreviventes do Holocausto no formato de vídeos, fotos, sons e conteúdos interativos. A mostra imersiva busca convidar o público a olhar o passado e transformar o futuro a partir de princípios como o respeito e a tolerância.
Já no interior da edificação, é no espaço “centro vida” que o público tem contato com o conteúdo museológico, no qual letras formam citações e retratos de sobreviventes. Palavras e imagens reforçando a importância da vida fluem a partir da base do monumento - elemento escultórico ícone da arquitetura da edificação, até o final das paredes curvas.
A exposição é também sensorial para o visitante. Dividida em três grandes áreas, o primeiro módulo, que representa a vida antes do Holocausto, mostra imagens e vídeos de ações cotidianas de forma colorida e descontraída. Seguindo o percurso, o segundo módulo, que representa a vida durante o genocídio, possui como tema ¨a resistência¨. O espaço apresenta materiais audiovisuais descoloridos, com relatos e imagens da época. A experiência permite que, até mesmo, os visitantes possam ter seus tons de pele e cores das roupas alterados a partir de uma iluminação especial na sala. Por fim, o terceiro módulo mostra a vida após o Holocausto. Neste, as fotos começam a ganhar cor novamente e a sala tem como foco principal a libertação, a imigração e a reconstrução. Além de depoimentos dos sobreviventes, um mapa mostra os fluxos migratórios e histórias de pessoas conectadas ao Brasil, sobreviventes que vieram para cá.
Serviço:
Endereço: Alameda Embaixador Sanchez Gavito, s/n - Mirante do Pasmado, Botafogo (Acesso pela Rua General Severiano)
Horário de funcionamento da exposição: De quinta a domingo, das 10h às 18h (última entrada às 17h)
Classificação indicativa: 12 anos
Horário de funcionamento do Parque Yitzhak Rabin: Todos os dias, das 8h às 18h
Ingressos: gratuitos, retirados no site da Sympla
